Redescobrindo o amor depois que os filhos crescem
Depois de tantos anos dedicados à criação dos filhos, à construção da vida profissional e à correria do cotidiano, muitos casais se veem diante de uma nova e silenciosa realidade: a casa vazia. Os filhos cresceram, cada um seguiu seu caminho, e agora, no lar, restam apenas duas pessoas que talvez já não se reconheçam como antes. Essa fase, conhecida por muitos como “síndrome do ninho vazio”, pode parecer assustadora no início, mas também carrega um convite poderoso: o de reencontrar o amor, o companheirismo e a intimidade que talvez tenham sido adormecidos pelo tempo.
É natural que, ao longo dos anos, o casal tenha vivido mais como “pais” do que como “esposo e esposa”. A rotina dos filhos, as contas, o trabalho, os compromissos com a igreja e com a vida fizeram com que o diálogo e o romance fossem sendo deixados para depois. E agora, quando o “depois” chegou, muitos se perguntam: o que ainda temos em comum? A resposta pode estar justamente no que foi construído até aqui — uma história repleta de lutas, conquistas, memórias e, principalmente, promessas.
A Bíblia, em Provérbios 5:18-19, nos exorta a nos alegrarmos com a esposa da nossa mocidade. Esse chamado não tem prazo de validade. O casamento é uma aliança contínua que precisa ser cuidada em todas as fases da vida. E essa nova etapa é uma chance de voltar a conversar sem pressa, redescobrir gostos, rir juntos, fazer planos, viajar ou simplesmente sentar no sofá e lembrar o motivo pelo qual tudo começou. É um tempo de renovação, de olhar nos olhos com menos cobranças e mais ternura.
Se o coração sente que falta algo, talvez não seja ausência de amor, mas sim de atenção ao amor. Agora que há mais tempo, mais silêncio e mais liberdade, é possível regar essa relação com carinho, oração, leveza e até criatividade. O casamento não termina com a saída dos filhos — ele pode ganhar uma nova e maravilhosa profundidade. Afinal, depois de tudo o que foi enfrentado juntos, ainda restam dois — e isso é mais do que suficiente para um recomeço cheio de propósito.
Agora é hora de projetar uma vida a dois com mais liberdade, maturidade e recursos. Com Deus no centro dessa relação, e com tudo o que foi conquistado até aqui, este pode ser o início da melhor fase da vida! Voltar a viajar de mãos dadas, retomar os sonhos antigos, servir juntos no Reino, sorrir com leveza, curtir os netos (quando vierem!) e aproveitar um amor mais sereno, maduro e cheio de significado. Que alegria é poder dizer: “sim, ainda somos nós dois” e isso nos basta.
Por Marcelo Halley
